terça-feira, 25 de junho de 2013

A PROBLEMÁTICA SOBRE O TRABALHO ESTRESSANTE DOS POLICIAIS CIVIS.

27/05/2013

Por: Elizabete Paiva Valiente - Investigadora de Polícia


Os policiais trabalhadores da Segurança Pública são profissionais que devido à natureza do seu trabalho, são expostos a riscos elevados, e frequentemente adoecem, sofrem acidentes em serviço, risco de morte, morrem ou são afastados precocemente de suas atividades.

O estresse é relativamente o grande causador das doenças consideradas psicossomáticas, ou seja, doença sem causa aparente, de modo que as maiorias dos médicos profissionais, cujo diagnóstico é prejudicado, fazem encaminhamento para um psiquiatra.

Para a Dr.ª Ana Maria Rossi (2008) psicóloga clinica, as suas emoções e a sua saúde física dependem quase que exclusivamente da sua interpretação do mundo exterior. A realidade de cada pessoa é o produto de sua própria criação.

Há conhecimento de situações iguais de policiais, com reações diferentes, isso talvez aconteça por causa do modo com que cada um analisa e enfrenta a situação de estresse.

O desenvolvimento das atividades policiais exige um forte esforço físico e mental, pois para executá-las é necessário se ater, em especial, na visão do Serviço Social, dois importantes quesitos, que são a capacidade de resolver problemas e capacidade de lidar com o inesperado e o perigo. A periculosidade do trabalho policial tem como base o risco, ou seja, a iminência do fato. Trata-se da possibilidade de ocorrência do evento, e este em potencial, não precisa acontecer para estar presente.

Numa situação estressante não é apenas coração que perde. Ele altera o funcionamento de todo o organismo, que fica vulnerável ao aparecimento de diversas doenças. A saúde é de suma importância ao exercício profissional do policial. Desse atributo depende a qualidade de vida e do trabalho do mesmo.

Inclui-se nesse contexto o benefício que a família adquire bem como a instituição e com certeza a sociedade, que da presteza e eficiência do serviço policial dependem.

Vale lembrar um dos atendimentos do serviço social em que num determinado episódio, o policial empreendeu numa prisão de um menor infrator em que houve troca de tiros e perseguição, num dos momentos da operação esse policial se refugiou atrás de uma árvore para não ser atingido pelos disparos. O menor conseguiu fugir, porém o policial depois de refeito, na delegacia, temeu por sua vida, pois tinha atuado erroneamente, nesse caso, sem suporte. Passados alguns meses, desenvolveu síndrome do pânico e depressão.

A saúde é o fundamento necessário a busca de todas as outras condições que fazem do policial, uma pessoa determinada, realizada seja na vida profissional, social e particular.

Tanto os esforços mentais como os esforços físicos estão sujeitas a dinâmica da realidade da prática policial. Se de um lado se pode adquirir o aperfeiçoamento que a práxis propicia, com as oportunidades de exercitar e aprender, de outro pode propiciar desgastes.

Podem constituir motivos de distúrbios psicossociais de físicos, as condições especiais de trabalho a que estão sujeitos os ocupantes dos cargos do quadro de pessoal da Polícia Civil. São diversos os motivos a que podem estar expostos, a periculosidade, risco de vida, insalubridade, atividades penosas A periculosidade tem como base o risco, a iminência do fato. Trata-se da possibilidade de ocorrência do evento, e este, em potencial, não precisa acontecer para se ter presente.

Devido a algumas situações de insalubridade a que possam estar sujeitos, daí surgem doenças, muitas enfermidades podem estar diretamente relacionadas entre si e outras agravadas pela profissão desse trabalhador/trabalhadora ou as condições em que o serviço é prestado, o que possibilita a constatação do nexo causal entre trabalho e doença.

Atualmente a lei da previdência prevê 30 anos de contribuição para ambos os sexos, sem limite de idade. Por outro lado, as mulheres estão no rol daqueles que pedem ajuda. Diferentemente dos homens. Procuram psicólogo para terapia, mastologista para o caroço que apareceu no seio, procuram ajuda espiritual. Sensibiliza-se com o problema da colega. Ajudam-se.

O homem não cuida da própria saúde. Nesse contexto inclui-se o policial homem.

Elaborado por Elizabete Paiva Valiente, Investigadora de Polícia e Assistente Social, lotada na Ceapoc.


fonte:http://www.policiacivil.ms.gov.br/index.php?templat=vis&site=160&id_comp=2053&id_reg=9802&voltar=lista&site_reg=160&id_comp_orig=2053

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Cartilha para os policiais que atuarão em protestos

ter, 18 jun 2013

1. As manifestações têm o povo como protagonista, sem liderança formal estabelecida. A pauta são as insatisfações com o Poder Público, cristalizado nas decisões políticas dos governantes. Você tem este tipo de insatisfação? Considere a resposta quando estiver atuando;

2. A doutrina de policiamento de choque não está sendo utilizada na maioria dos casos. Após algumas ações desastrosas nos últimos dias, os governos perceberam a dimensão das mobilizações e determinaram apenas o acompanhamento e a garantia da realização dos protestos. Não tente bancar o “choqueano” sem necessidade;

3. Sempre que possível, use o diálogo. Mostre que sua presença e a presença policial visa garantir que a manifestação ocorra, e não reprimir desnecessariamente a liberdade de expressão da população;

4. Seja simpático. Aceite as flores dos manifestantes. Se conveniente, sorria. Se seguro e adequado, pose para fotos caso seja convidado. Simbolize a polícia ao lado do povo;

5. Não tome atitudes isoladas de repressão. Caso alguém aja com extremismo, lembre que a esmagadora maioria está ali para reivindicar pacificamente, de modo que a agressão a quem não está praticando violência será uma grande injustiça;

6. Não descuide de sua segurança. Há sempre a possibilidade do policial ser tomado como símbolo do Estado, e algum extremista tentar lhe agredir. Esteja sempre atento;

7. Lembre que o mesmo Estado que afaga atualmente as manifestações (por verem sua força), tentou reprimi-las recentemente. A equação política, agora, está invertida: quem tentar reprimir as manifestações não receberá afagos;

8. Caso precise reprimir violência lembre de ser proporcional, justo e moderado;

9. Se informe sobre o que está acontecendo. Como policial, você tem um grande potencial de mudança de paradigmas e posturas junto à sociedade;

10. Você faz parte das manifestações. Provavelmente defende as mesmas causas (ou tem as próprias causas a defender). Nos protestos, a diferença entre você e os demais cidadãos é funcional: você garante a segurança para que os protestos ocorram. Os demais falam, gritam, suspendem bandeiras e cartazes.

 
Autor: Danillo Ferreira - Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA.

fonte:http://abordagempolicial.com/2013/06/cartilha-para-os-policiais-que-atuarao-em-protestos/